Friday 19 September 2014

Verdades Repetidas. Repeated truths.



Verdades repetidas.

(De quando a gente repete demais algo e ao fim você não sabe se isso soou bom ou ruim.)

As vezes o silêncio parece mais promissor que uma verdade repetida e fervente. Verdadeira.

Ao fim o silêncio é frio, e de frio pra quente é mais fácil e prazeroso. Já as verdade ditas, quentes, doem quando esfriam. As verdades são como água fervente, sempre queima aos que tocam.

Mas toda água quente esfria, se permitida. Assim como aceitar a verdade dói, mas passa. Como também verdades repetidas entediam, se repetidas.

Mas, cabe aos verdadeiros calar pra manter o calor das coisas?

A dúvida gera tanto o prazer quanto o medo. A distância gera tanto a saudade quanto a perda. A verdade repetida gera tanto a certeza como o tédio.

Já citei sobre as inconstância da vida várias vezes. Não canso de me surpreender com as surpresas que ela me traz.
Já jurei ser verdadeira tantas vezes que me surpreendi quanto à dúvida que ela traz.
Já repeti felicidades que hoje já não sei se sou capaz.
Já repeti tanto o amar que dele já não sei mais...

As verdades repetidas, será que elas cansam ou fortalecem? Já as repetir demais, vou calar. Talvez assim eu traga a chama de volta. Mas, será mesmo que ela se apagou?

(Bianca B.)
-------------------------------------
Repeated truths.

(From when we repeated this so much that we don't  know if it sounded good or bad.)

Sometimes silence seems more promising than a repeated and boling truth.
A true truth.

After all, the silence is cold and from cold to warm is easier and more pleasurable. But the hot truths already said, really hurt when they cool.

The truths are like boiling water, always burns the ones it touches.
But all hot water cools,  if permitted. Just like accepting a truth hurts, but heals. Also just like repeated truths bores, if repeated.

But should the sincere silence, to keep the heat of things?

Doubt generates both pleasure and fear. Distance causes both the nostalgia and loss. Repeated truth actually generates both the certainty and boredom.

I already mentioned about the fickleness of life several times. It doesn't tire to amaze me with the surprises it brings.
I've sworn to be truthful so many times that I was surprised of the doubts it brings.
I already repeated happiness that today I'm no longer capable to repeat.
I already repeated the action of love, that I no longer know about it.

The repeated truths, do they tire or strengthen? I've already repeated them too much. I'll shut. Perhaps like this I'll bring the flame back. But, did it really go blank?

(Bianca B.)


P.s: The English translation may seem incomprehensible because the original version in Portugues has proper rhyme and meanings.



Tuesday 9 September 2014

A delicious ambiguity. / Uma deliciosa ambiguidade.



A delicious Ambiguity.

Life is a delicious ambiguity. It's like seeing both sides of fear. We fear of the fearest fears, as well as enjoy the sweetest fears. We fear not of the past but the future.

It's like wanting a perfect ending. Even though we've learned, the hard way, that some things don't end the way we want it to end. Things don't happen the way we want it to happen. Life is about not knowing, having to change, taking the moment and making the best of it, without knowing what's going to happen next. For some it sounds sweet, for others it sounds fearful.

However, if the world were merely seductive, that would be easy. And if it were just a fearful challenge, that would be a problem.

But we have the choice to arise in the morning torn between a desire to improve the world and a desire to enjoy the world. This makes it hard to plan the day. When we are afraid we ought not to occupy ourselves with endeavoring to prove that there is no danger, but in strengthening ourselves to go on in spite of the danger.

It's doubting, all that is doubting.  But I like to take advantage of the ambiguity in the world. I like to look at something and imagine what else could it be. We all should accept that the world is full of uncertainty, and ambiguity does not and should not, stop people from being pretty sure about a lot of things.

 Life itself is nothing more than an ambiguity. A delicious ambiguity.

(Bianca B.)
------------------------------------------------------------------

Uma deliciosa ambiguidade.

A vida é uma deliciosa ambiguidade. É como ver ambos os lados do medo. Tememos sobre os medos mais temíveis, bem como apreciamos os medos mais doces. Nós não tememos do passado, mas sim do futuro.

É como querer um final perfeito. Mesmo tendo aprendido, a duras penas, que algumas coisas não terminam do jeito que queremos que terminem. As coisas não acontecem do jeito que queremos que aconteçam. A vida é sobre não saber, ter que mudar, tomar um momento e fazer dele o melhor, sem saber o que vai acontecer a seguir. Para alguns, isso soa doce, para outros parece temeroso.

No entanto, se o mundo fosse apenas sedutor, seria fácil. E se fosse apenas um temeroso desafio, seria um problema.

Mas nós temos a escolha de acordar na manhã, divididos entre o desejo de melhorar o mundo e um desejo de desfrutar do mundo. Isso torna difícil de planejar o dia. Quando estamos com medo não devemos nos ocupar nos esforçando para provar que não há perigo, mas em fortalecer-nos a continuar, apesar do perigo.

É uma dúvida, tudo é de dúvida. Mas eu gosto de aproveitar a ambiguidade do mundo. Eu gosto de olhar para algo e imaginar o que mais isso poderia ser. Todos nós devemos aceitar que o mundo é cheio de incertezas, e ambiguidades não impedem e não deveriam impedir as pessoas de terem certeza sobre um monte de coisas.

 A própria vida é nada mais do que uma ambiguidade. Uma deliciosa ambiguidade.

(Bianca B.)

Sunday 3 August 2014

Tem dias e dias. There are days and days.






Tem dias e dias.


Tem dias que eu acordo querendo sonhar, pois o sonho é melhor que a realidade a me cercar.

Tem dias que a noite é melhor que o dia e tem dias que de nenhum dia eu viveria.

Tem dias que eu tiro o relógio e tem dias que do tempo eu não tenho ódio.

Tem dias que eu gosto do que façoe tem dias que por obrigação eu o faço.

Tem dias que eu arrumo a cama  e tem dias que é a cama que me arruma.

Tem dias que eu queria que fosse passado e tem dias que eu queira que fosse futuro.

Tem dias que eu me produzo  quee tem dias que nem o espelho eu uso.

Tem dias que eu queria que se repetissem e tem dias que eu queria que nunca existissem.

Tem dias que eu não quero ver ninguém e tem dias que eu só vivo se for com alguém.

Tem dias que eu quero colo dos outros e tem dias que minha força eu encontro no meu próprio bolso.

Tem dias que eu quero luz e tem dias que a mesma não me seduz.

Tem dias que eu queria que demorassem a passar e tem dias que eu queria que voassem pelo ar.

Tem dias que eu quero um ou dois e tem dias que eu não quero nenhum.

Tem dias que eu quero coração preenchido e tem dias que eu nunca quizesse que ele fosse enchido.

Tem dias que eu sorrio meio falso, e tem dias que eu só rio sem traço, já tem dias que de risos eu me faço.

Tem dias que eu amo e tem dias que me dizem eu te amo.

Tem dias que eu quero amor e tem dias que eu só tenho dor.

Tem dias que eu quero distância e tem dias que eu quero encontros em abundância.

Tem dias que eu me faço,  danço, bagaço e tem dias que não rola nem um passo.

Tem dias que eu me amo e tem dias que eu mudo planos desse corpo insano.

Tem dias que eu quero ele e tem dias que eu queria esquecer dele.

Tem dias que eu quero fugir e tem dias que não me deixam partir.

Tem dias que eu quero um sol só  de e tem dias que eu quero mesmo é toró.


Me diga você ai,  se os dias não são feitos pra te agradar noite e dia, como um mero ser te agradaria?


É nessa metamorfose do dia-a-dia que a vida passa cheia e vazia. Tem dias que parecem anos, tem anos que parecem dias, e é nessa disritmia que eu vou levando os meus.

Nessa vida tem dias e dias.




(Bianca B.)
-------------------------------------


* No English translation as it may not be so clear and that rhythmic. The Portuguese version is the real version this time and no translation would be good enough so I leave it as it is.

Sunday 18 May 2014

Ta tudo por um fio. Por um fio. / It's all hanging by a thread. By a thread.


Ta tudo por um fio. Tudo por um fio.

De que adianta você fazer o que os outros querem que você faça, se aquilo que você faz não é aquilo que te completa?

De que adianta mostrar para todos que você pode ser aquilo que eles querem que voce seja, se aquilo que você quer ser não é aquilo que eles querem?

De que adianta se estrangular todos os dias, se arrastar no tempo, fazer tudo direito, se o que você queria era não estar fazendo nada disso?

De que adianta viver uma vida que não te faz feliz, só pra provar para os outros que você sabe o que é essa tal de vida que eles julgam ser vida?

De que adianta você seguir conselhos que não convém com tuas escolhas de vida só pra dizer que você entendeu os tais conselhos e sabe da importância dos mesmos?

De que adianta seguir uma vida que não te satisfaz só pra provar pros outros que você sabe o que é esta tal de responsabilidade que eles tanto querem que você tenha?

Às vezes a gente fica por um fio de se soltar das algemas invisíveis que nos prendem à meros casos.
Às vezes a gente tem que se desgastar um pouco pra provar de tudo nessa vida até escolher aquilo que nos faz bem.
Às vezes a gente até já sabe aquilo que nos faz bem, mas ainda assim quer mostrar a todos que duvidam da sua maturidade, que apesar das nossas escolhas extremamente diferentes, nos somos tão maduros e responsáveis como qualquer outro.

  Quer saber, eu to por um fio de abraçar a minha vontade. Chega de alimentar a vontade dos outros e deixar a minha morrendo de fome, negada e esquecida.

Vamos abraçar nossas vontade, enfrentar de vez os nossos medos, libertar nossas escolhas, alimentar os nossos sonhos, deixar voar a vida, e deixar entrar a felicidade.

Ta tudo por um fio. E eu espero que esse fio se arrebente logo. Logo.

__________________________________________________________________

It's all hanging by a thin thread. All by a thin thread.

What's the point of you doing what others want you to do if what you do is not really what completes you?

What's the point of showing everyone that you can be waht they want you to be, if what you want to be is not what they want?

What's the point of struggling everyday, dragging through time, doing everything right, if what you wanted was not doing any of that?

What's the point of living a life that doesn't make you happy, just to prove to others that you know what is this "life" that they all judge to be life?

 What's the point on following the advices that don't suit you choice of life just to show that you understood such advices and know its importance?


What's the point on following a life that does not satisfy yourself just to prove to others that you know well what is this responsibility that they want you so much to have?]

Sometimes we find ourselves holding by a thin thread, nearly loosening the invisible handcuffs that bind us to mere cases.
Sometimes we have to wear our selves out to try of everything in this life until we can choose what makes us happy.
Sometimes we even know what's good for us already, but however, we want to prove to others that doubt of your sense of responsibility, that despite our vastly different choices, we are as responsible as anyone else.

You know what, I'm by a thin thread to hug my willingness. Enough of feeding the willingness of the others and leaving mine to starve, neglected and forgotten.

 Lets embrace our willingness, face at once our fears, release our choices, feed our dream, let life fly, let happiness come in.


It's all hanging by a thin thread. I hope this thread to burst soon. Soon.

Sunday 20 April 2014

Um doce, por favor. A sweet, please.


Um doce, por favor.

 
Não se é possível  tirar o mistério do vazio, todo vazio me faz arrepiar. Prefiro dias preenchidos de som do mar e pássaros a cantar à horas para o teto a olhar. De trabalho árduo à horas a pensar em coisas que não valem citar. De um dia inteiro de faxina à horas olhando o ar.
Prefiro o conflito de ideias à paz terrível. Prefiro a confusão de pensamento à mente vazia. Prefiro cozinhar só para mim à esperar a fome passar. Prefiro um dia de sono à nada a fazer.

Quando se tem um coração vazio, infelizmente, existem várias coisas que eu não posso alcançar.

Não posso manter a chuva no sertão, o gado a engordar, a flores à florescer, as plantações à vingar, os pássaros à cantar, os animais a proliferar, as famílias à se alimentar e à saúde a ficar.

Não posso colocar flores nas pistolas, paz nas guerras, consciência nos povos, espaços na cabeças pequenas, e amor nos mal amados. Sorrisos nos abandonados, tintas em bombas, e oxigênio em gás lacrimogêneo.


Não posso colocar
conceito nos preconceituosos, sonhos em desesperançosos, paz nos impacientes, forças nos fracassados, coragem nos desencorajados, pensamentos bons em mentes vazias.

Não posso colocar
alegria no defunto, esperança no passado, vida no oco, brilho no escuro, vida na morte, luz na escuridão, nem finais felizes em histórias tristes.

Não posso preencher um sorriso com o coração vazio, vazando entre as brechas das rachaduras que persistem em não consolidar. Uma cola, por favor. Traz também um doce, que de amarga já basta a dor.

 
Bianca B


---------------------------------------------------------------------------------------------------------

A sweet, please.

It is not possible to take mystery out of the void, all void makes me shiver. I prefer the days filled with the sound of the sea and the birds singing at staring the ceiling for hours. I prefer hard work at hours of thinking in things that are not worth mentioning. A day of cleaning up at hours staring the air.
I prefer the conflict of ideas at the terrible peace. I prefer the confusion of thoughts at an empty mind. I prefer cooking just for myself at waiting the hunger to pass. I prefer a day of sleep at nothing to do.

When one has a empty heart, unfortunately, there exists many things that one cannot reach.

One cannot keep the rain in the desert, the cattle fattening , the flowers blossoming, the plantations avenging, the birds singing, the animals proliferating, the families feeding and health staying.


 One cannot put flowers in the pistols, peace in wars, awareness in people, round shapes in square minds, put love in the unloved ones, smile on the abandoned ones, inks in bombs and oxygen in tear gas.

One cannot put conception in the preconceptions, dream in the hopeless, peace in the impatience, strength in the losers, courage in the discouraged,
good thoughts in empty minds.


One cannot put joy in defunct, hope in the past, life in the hollow, glow in the dark, life in death, light in the darkness, neither happy endings in sad stories.

One cannot fulfil a smile with an empty heart. seeping between the gaps of the cracks that persist in not consolidating. A glue, please. Bring also a sweet as life is already bitter enough. 

Bianca B.

P.s: This translation may be a little awkward (in English) as it doesn't passes the real feeling the original text does.

Saturday 22 March 2014

Uma conversa de dar asas.

                            Uma conversa de dar asas.

- Moça o que é que a senhora tem?

- Nada não seu moço, é só um pássaro aqui dentro, sabe?

- Como é que é, moça?

Deixe-me lhe explicar. É um pássaro seu moço, que vira e mexe quer voar, mas eu digo NÃO, é na gaiola que tu vais ficar. Mas me diga você seu moço, se você iria gostar, se caso você fosse um pássaro, de na gaiola ficar? Quando ela ta triste, um piu ela não dá! E eu fico aqui, tristonha a lamentar.

É que ela já foi um pássaro selvagem, as asas já bateu, livre a voar. Hoje seu moço,  ela fica assim, sem nem cantarolar. Tem dias que ela até se atreve de piar, um pio momentâneo que me faz um pouco sonhar, mas o peso do dia-a-dia logo faz ela calar

- Mas moça, o pássaro come o que ai dentro dessa gaiola?

Ihhh moço...  e se eu disser que faz é tempo que eu não alimento ela aqui dentro, o senhor vai acreditar? É complicado seu moço, ela se alimenta de coisas, que hoje, eu não posso dar. Se ontem ela voava livre e eu podia alimentar, hoje ela está presa e nem um sonho eu consigo lhe dar.

- Mas moça eu não entendo, que diacho de pássaro é esse que a senhora quer me falar?

Esse pássaro se chama vida, moço. Esse mesmo, que antes saia por ai a voar, que de uma vida livre já pôde experimentar. Esse que tinha uma fome insaciável, que se lambuzava de felicidade, se enchia de sonho e prazer. De viver.

- Mas moça, e me diga o porque que a senhora não solta logo esse danado que é pra ele viver?

Ô moço, é que são tantas coisas...

- Não moça, só de uma coisa eu vou lhe dizer; se a senhora ama a vida, e não quer ver ela se entristecer e pro resto da vida nessa gaiola viver, ta na hora da senhora dar asas a essa danada, pra depois não se arrepender.
Olhe moça, o tempo passa rápido, e a senhora não deveria privar vida de viver. Veja que pássaro tão lindo esse tal de vida, que a senhora não quer deixar ele livre ser! Solta logo essa danada desse vida e deixe ela as asas bater!

Eu sei disso moço. Me desculpe, mas acabou a hora do meu almoço, e da sua prosa eu tenho que agradecer, mas infelizmente, agora eu tenho mais trabalho pra fazer.

- Moça, só mais uma coisa. Não deixe o tempo passar e essa vida morrer.

(Bianca Babini)
        

Tuesday 28 January 2014

Coleções. Collections




Coleções.

Eu sou uma colecionadora...
Mas não é o material que me prende, nem mesmo o que se compreende. Sou colecionadora de coisas abstratas.

Sim, uma colecionadora de sorrisos, beijos, abraços, olhos sinceros e pés descalços.
Sou uma colecionadora de carinhos, caminhadas, pessoas e risadas.
Sou colecionadora de palavras sinceras, medos divididos, felicidade compartilhada, de idas e vindas.
Sou colecionadora de almas boas, de gentileza, mantras e belezas de pessoas e naturezas.
Sou colecionadora de cheiros, lembranças e até de esperança.
Sou colecionadora de gestos, honestos, e de adeus.
Sou colecionadora de palavras, sentimentos e até tormentos, pois por isso, todos um dia hão de passar.

Tenho coleções que me fazem tão rica, que dinheiro nenhum pode pagar.

Sou colecionadora de amizades, pessoas queridas e do gosto do mar.
Sou colecionadora de cheiro de chuva, de sensações, de ritmos e culturas, sou colecionadora de aventuras, de dor e cara dura.

Quem chegar pra me dar uma flor, dela eu quero só o cheiro, o sentimento alheio e o sorriso apenso. Quem me der um abraço, dele quero só o laço, a energia, a alegria e a folia, a tristeza ou até um choro de adeus. Quem me der um beijo, dele quero só o desejo, o gosto, a falta, a saudade ou até a melancolia.

Quem quiser receber, aqui você vai ver, um pouco do que tenho pra dar. 

Sou uma colecionadora diferente, recebo de toda gente, e doou pra quem gostar. Meu trato é o seguinte; um dia você é pedinte o outro você vai repassar.

Sou uma colecionadora diferente, não compro, conquisto. Não busco, encontro. E nada quero em troca, só a arte de repassar. Repassar à frente aquilo que te fez contente ou a experiência que te fez gente, melhor, para nesse mundo habitar.

Dentre isso e outros mais, é o que gosto de colecionar.

(Bianca B.)
----------------------------------------------------------------------------------------------

(The Translation for this text may sound a little vague, but it makes perfect sense in Portuguese as it rhymes and  completes each strophe. However, I tried my best to pass on the real message through this translation.)

Collection.

I'm a collector...

But it's not the material that apprehends me, neither what comprehends. I'm a collector of abstract things.

Yes, a collector of smiles, kisses, hugs sincere eyes and bare feet.
I'm a collector of affection, hikes, people and laughter.
I'm a collector of sincere words, apportioned sorrows, shared happiness and of comings and goings.
I'm a collector of good souls, kindness, mantras and beauties of people and nature.
I'm a collector of smells, memories and even hope.
I'm a collector of gestures, honesty and goodbyes.
I'm a collector of words, sentiments and even torments, because everyone one day, will pass through it.

I have collections that make me so rich that no money can pay for it.

I'm a collector of friendships, dearly people and the taste of the sea.
I'm a collector of rain's smell, sensations, rhythms and cultures, I'm a collector of adventures, pain and bare faces.

Whoever comes to give me a flower, from it I just want the smell, the attached feeling and smile. Whoever comes to give me a hug, from it I just want the lace, the energy and revelry, the sadness or even a cry of goodbye.
Whoever gives me a kiss, from it I just want the desire, the taste, the absence, the nostalgia or even the melancholia.

Whoever wants to receive, here you'll see, the little I have to offer.

I'm a different collector, I don't buy, I conquer. I don't seek, I find. And I don't want anything in return, just the art of passing it forward. Passing forward what made you happy, or an experience that made you a better person, to in this world, be able to inhabit.

Among this and more, is what I like to collect.

(Bianca B.)